Davi, de 10 meses, tomou o primeiro banho de mar de sua vida. No encontro gelado do Oceano Atlântico com o Rio da Prata, em Punta del Este, no Uruguai. Bernardo, 4 anos, que tem aula de capoeira na escola, não pode ver um tambor que quer tocar. E cantar paranauê. E falar sobre. Foi assim na casa do Carlos Paez Valdiró, um Punta, e numa loja de instrumentos antigos em plena Cidad Vieja de Montevideo. Gabriel, 8 anos, que ama carros de todos os anos e estilos, não pode ver um exemplar antigo na rua (carros antigos são quase um cartão postal, uma marca registrada do Uruguai) que já quer bater foto.
Viajar com as crias é surpreendente. Em nossa passagem pelo Uruguai (Punta del Este, Montevideo e Colonia), Davi, Benardo e Gabriel descobriram mundos diferentes. Um outra idioma, novos temperos, uma forma diferente de dizer as coisas.
Gabriel é um observador nato. Não apenas observa, como também interpreta. Lindo de se ver! Gosto de ouvir e responder às suas perguntas inteligentes sobre o cotidiano, o jeito das pessoas, da cidade, da vida, do câmbio das diferentes moedas cada vez que trocamos de país. Já Bernardo é doce, mas também vibrante, questionador. Não apenas viaja, quer saber por que viaja e o significado de tudo o que vê pela frente.
Davizito, por sua vez, no auge de seus 10 meses de vida, me surpreende com sua paciência e uma INCRÍVEL capacidade de adaptação. Em cinco dias, já passamos/dormimos por quatro cidades/hotéis diferentes, três países, dois fusos horários e muuuuuuitos quilômetros percorridos. E lá está o meu pequeno Davi – que em casa costuma ter uma rotina tão regrada – firme e forte, acompanhando TODOS os programas e todos os horários malucos que inventamos, como pegar o Buquebus às cinco e meia da manhã entre Colônia e Buenos Aires.
Sinceramente? São viagens e experiências como estas que formam um ser humano. Sem frescuras, sem pieguices, sem mais, nem menos. São as estradas (e suas curvas, retas e buracos) que nos fazem mais ou menos adaptáveis, fortes ou fracos, persistentes e guerreiros... Davi, Bernardo e Gabriel terão cruzado um “oceano” de 3,5 mil quilômetros com algumas histórias para contar. E é isto (e só isto) que levamos desta vida. Mais nada. Agora e sempre.
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