terça-feira, 30 de março de 2010

Páscoa?



A Páscoa taí de novo e a cada ano me questiono mais sobre as datas-comemorativas-de-toda-vida. Dia dos Namorados abortei. Dia das Crianças não tem presente tradicional faz tempo, é sempre uma trip montanha-praia-mato. Natal, por que mesmo tanta compra?

Como educadores cabe a nós questionar as "eternas e inquestionáveis tradições", em vez de repetir comportamentos pra toda vida. Qual o sentido da comemoração afinal? O que estamos festejando?

A Sara vem me perguntando se eu não vou enfeitar a casa com coelhos, influência da bisavó que pôs ovos por tudo no apê. "Ela me disse que a mamãe não enfeita porque não tem dinheiro, tadinha", disse a dona Bia. Não é bem isso, é que antes de gastar, precisa FAZER SENTIDO vó!

E na mesma onda, mamãe aqui já avisou: "galerinha, esse ano, da nossa parte, não tem chocolate". Por que mesmo? Chocolate em excesso faz mal pra saúde; para o estômago e para os dentes; as indústrias e a mídia nos fazem de trouxa vendendo uma merreca de doce por muito dinheiro; sempre acaba ficando um exagero de doçura em casa, porque vem da vó, vem da bisa, vem de casa, vem da escola; o Davi faz aniversário no sábado e já vamos passear; e principalmente porque NINGUÉM AQUI NESSA CASA SABE DIZER POR QUE GANHAMOS CHOCOLATE NA PÁSCOA. Fora que os ovos no mercado são impessoais e caros, é um presente vazio e convencional.

Se querem comemorar Páscoa, vamos ao quintal procurar ovinhos pintados à mão. Vamos pintar ovinhos! Ou (e) vamos à cozinha. É um excelente laboratório para exercitar a compaixão, a criatividade, a parceria, o amor. Amor em pedaços. Avental. Sorriso. Brincadeira. Estímulo.

Amo a cozinha, e amo as crias na cozinha. Final de semana estava eu e Sara Lee, 4, na lida, fazendo pastéis. E faz aqui, faz ali até que uma hora eu mandei essa:

- Assistente, pega o queijo por favor?
- Mamãe, na verdade VO-CÊ é a assistente. Eu sou a CHE-FE. Onde já se viu...

Daí que eu reafirmo a certeza que essa veio chipada da fábrica.






ps: gente, desculpa a ausência, várias coisas tudo-ao-mesmo-tempo-agora.

domingo, 28 de março de 2010

Festa de crias!

A festa de um aninho do Davi teve muita crianaestrada, brincando, correndo, comendo brigadeiro, pintando o rosto, sendo feliz. Eis aqui alguns registros dos belíssimos clicks do Patrick Rodrigues e sua Miguelina 3 (a super câmera) na festinha iluminada do nosso lindo. Criasnaestrada em ação!






quinta-feira, 18 de março de 2010

Caminhos, novos, meus e teus!

Vamos correr, vamos gritar, vamos nos fazer escutar. Bem alto, lá para frente. Vamos viver o agora, sonhando com o depois, mas vivendo o já. Vamos assim, de repente, logo ali, mas também aqui.

Agora e sempre, vamos, vamos em frente. Vamos caminhar, reaprender, vivenciar. Vamos embora, reaprender. E viva o Davi, já quase caminhando, e me ensinando (de novo) caminhar, por novos caminhos, de múltiplas texturas.

* Em breve, postarei fotos lindas do niver de um aninho dele.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Na estrada, há um ano!

Há um ano Davi é crianaestrada. Ficar parado não é com ele. Em 365 dias, Davi já fez um pouco de tudo. Já tomou banho de mar, de piscina, de rio, de cachoeira. Já foi para longe e para perto. Já fez carteira de identidade, já saiu do país, viajou de carro, avião, navio, metrô.

Em um ano, Davi já pisou na grama, na pedra, na areia da praia, no asfalto. Já olhou por-do-sóis, já dormiu na rede, já tomou vento no rosto, posou para milhões de fotos, acenou para as pessoas, já viu Rally Dakar ao vivo e a cores.

E há tanto (e sempre) para ver, sentir, entender. Do frio ao calor, do outono à primavera, da brisa à tempestade. Haja vida para tanta estrada. Haja estrada para tanta vida. E a estrada está só no começo...





segunda-feira, 1 de março de 2010

Remando tranquilo


O Davi, 9, é um peixe, sempre gostou de água. Doce ou salgada. Cresceu (cresce!) à beira mar, e desde que mudamos para a Brava isso se tornou mais consistente. É uma das únicas crianças entre os locais do surfe dali, num mar que não é pra qualquer um. Dia sim dia não tá na água, de manhã, final de tarde, e o dia todo nos finais de semana. Tem pleno incentivo da família, dos dois pais*, da mãe, do tio, todos 'do ramo', mais de vós e vôs e tia que não são muito do ramo. Nesse final de semana ele correu campeonato em Balneário e se amarrou. Muito elogiado pela galerinha das antigas do surfe de BC, Ícaro Cavalheiro, Bilo, Buldogue (que é seu professor) entre outros dinossauros, que cresceram na marola local e foram pro mundo. "Esse moleque vai dar muito bom" foi o que mais se ouviu.

Mamãe fica boba, mas põe freio. "O que mais um surfista ou qualquer outra pessoa precisa é humildade, antes de tudo, acima de tudo".

A idéia é ele não fique se achando. Não se ache o bom da boca. Observação quase desnecessária. O mais encantador dessa criatura é a calma, a tranquilidade. Uma auto-estima fenomenal, mas que fala baixo, quase sussurra. Sereno assim.