terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Paz na Brava

Dias muito quentes de verão aqui no litoral catarina, a malemolência toma conta e a falta de ativas grita, o corpo grita, o humor grita. Não dá pra relaxar se não gastar a energia, mas pra gastar energia debaixo desse sol tá difícil.

Mas choveu, e de um lado pro outro dentro de casa, soltei pro parceiro:
- Tô precisando fazer uma ativa, vontade de sair correndo.
- Vai oras.
- Queria uma parceria.

Olhei pros moleques*, que deram uma trégua da guitarra do vídeo-game e eles sinalizaram positivo.

Graças a Deus.
A visão mais linda da temporada: praia vazia, neblinada, só meia dúzia de vira-latas, o mar manso e acolhedor como um útero de mãe, uns tocos de árvore cravados na areia como se um decorador tivesse passado por ali. A Brava do meu coração, a minha casa, onde eu gosto de ser. E quase que não fui vê-la, ia continuar meio mal humorada em casa.

Caio e Davi correram comigo e rolaram na correnteza da lagoa pro mar. Voltamos em casa para pegar as pranchas e Sara Lee, que não queria de jeito maneira -estava pelada e com frio- assim foi, na marra, pro deleite.

Naqueles momentos únicos de conquista e entrega que só eu sei como dóem (medo, medo!) a Sarinha, que canta muito, lembrou da música da paz, que começa no meu coração, no seu coração...a paaaaz. Cantou uma, duas, três vezes e:

(silêncio)

- A paz é a natureza né mamãe? É as ondas, é os bichos...
- É, tudo isso, tudo isso...
(mais silêncio)

- Nós também somos bichos né?
- Si!
- E bicho morre né? Tudo morre, tudo passa né, até a natureza.
- Isso mesmo Sara (abusada!).

E voltou a jogar os cabelos na água, se misturando na enorme massa oceânica.


* os moleques serão muitos, a casa está sempre cheia deles, e aos poucos vamos apresentando os personagens. Davi, o meu, tem 9. Caio, primo, fez 12 semana passada.

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