domingo, 28 de fevereiro de 2010

Jardim

Temos dito e repetido aqui no crianaestrada que a estrada pode estar em muitos lugares e em diferentes formas. Na viagem de férias, na praia, no rio, no mato, na escola ou no quintal de casa. Sabe esta coisa de tirar o chinelo e caminhar de pés descalços na grama do jardim? Jogar bola, colocar a mão na terra ou simplesmente ficar ali sentado sem fazer nada?

Todos os dias pela manhã, Adão pega o Davi no colo e, juntos, regam as plantas. Ele faz o pequeno segurar o regador e participar, olhar a água caindo sobre as folhas, molhar a terra, infiltrando as pedrinhas vagarosamente.

No sábado, colocamos Davi na grama recém-cortada. Ainda pinicava. Olhou os pezinhos descalços, olhou para mim, olhou os pezinhos, olhou para mim, olhou os pezinhos, olhou para mim e soltou aquele sorriso largo mais lindo deste mundo. Experimento de sensações, de tatos, de diferentes superfícies. O começo da estrada. No quintal de casa. Simples.




terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ciclos!



A vida é um ciclo delicioso. Eu já sabia disso, sempre soube, mas só na teoria. Quando temos filhos sentimos isso na pele, esta coisa dos ciclos. Estou às voltas com o aniversário de um aninho do Davi, cuidando dos mínimos detalhes, da decoração às lembrancinhas. E hoje, procurando adesivos para decorar o envelope do convite em uma loja, lembrei de quando a minha mãe fazia isso. De quando eu era a crianaestrada e saía com ela a procurar os apetrechos da festinha, a comprar pratos e copos, a definir o tema do evento. Eu, sempre muito pitaqueira em tudo. A minha mãe, sempre muito paciente em busca dos meus delírios infantis. “Quero a Turma da Moranguinho em cima do bolo e pratos e copos da Moranguinho”, escasquetava no alto dos meus seis, sete, oito anos.

O Davi vai fazer um aninho e ainda não pitaqueia na organização da festa, mas estou cuidado de tudo com muito daquela menina saltitante. E também com muito daquela mãe dedicada que organizou tantas e tantas festinhas de aniversário para mim e para o meu irmão. Hoje, escolhendo os adesivos no meio daquela loja, tive a sensação (destas de cair a ficha mesmo) que a vida é um ciclo, literalmente. A crianaestrada ganhou festa, cresceu feliz e se tornou mãe. E agora faz festa para a sua cria. Espero que o meu pequeno Davi curta esta e todas as outras festinhas que ainda estão por vir. Que jogue bola na rua, que brinque de esconde-esconde, de pega-pega e de tantas outras brincadeiras dos aniversários. Que delicia reviver a infância, todos os dias, ao lado dos filhos. E, de quebra, ainda entender um pouco mais dos nossos pais. Que delicia de ciclo!

Saudade!

Falando em fantasia tava aqui olhando umas fotos antigas (tem muita foto crianaestrada nos arquivos!!!) e vi a galerinha que cresce muito rápido piquititinha pulando um carnaval nas antigas. Faz cinco anos. Davi e Anna Julia, que são amigos desde a barriga, estão com quase dez, semana passada levei-os ao colégio novo, de 'criança grande' orgulhosa que só de toda desenvoltura que eles demonstram ter. Eles me mandaram embora e eu fui, óbvio que fui, e fui feliz, pensando em quanto tempo passa em dez anos. Em quanta coisa que tem numa vida. Em quanta imensidão pode ter num dia de vida. Amo!





Sentimento punk.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Fantasia sempre vale!

Tá, tudo bem, não somos as mais carnavalescas do mundo. Aqui a Carol Cezar e aqui a Lú Zonta.

"Mas mãe, por que é feriado?"
Levar em bailinho infantil com festa de espuma não rola, porque as músicas não são adequadas, as brincadeiras não são adequadas, as companhias não são adequadas. Só dá pré-adolescente. Só tem dança da manivela. Vulgarizam a data e a brincadeira.

Mas fantasia é sempre bom. Estar com outras crias é sempre bom. Jogar confetes e serpentina, balançar o corpo, conhecer as marchinhas das antigas, rir, rir, rir. Comer brigadeiro! Reforçar com um feijão! Só podia ser da vó essa idéia, essas avós revolucionárias que não se conformam com a falta de opção saudável pras crias. ps: a lú 'mordeu a língua'. Aqui!






Longe dessa confusão, e dessa gente que não se respeita.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Mamíferas

Descobrimos um blog lindo, o www.mamiferas.blogspot.com, escrito por quatro jornalistas, mães, mamíferas-pulsantes, defensoras do amor natural, do parto natural e de filhos livres para o mundo.

Nos identificamos muito com os textos e a forma de enxergar a maternidade. Tem até alguns textos que "casam" com os nossos, no quesito viver a vida plenamente com os filhos. Vale a pena conferir!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Base é base


Sara Lee chegou agora do seu quintal mágico, a escolinha que sempre pedi a deus. Base é base, e ter alguém que trate indivíduo como indivíduo e não como coletivo é uma benção. Não adianta tentar fazer-algo-pelo-mundo em casa e alguém virar tudo do avesso na escola. E vice-versa. Quando as propostas combinam é uma beleza, não tem contradição na educação. Desejo a todos bons cortes capilares e sucesso na escolha das escolas, não é fácil achar alguém em quem confiar nesses quesitos.

Davi já fez escola e esse ano partiu para o mundo. Confio na base que ele teve dos 2 aos 9 ali e acho que vai saber lidar com as dificuldades que o mundo dos iguais vai apresentar. Porque base é base.

Mas como ia dizendo da Sara Lee, lindo de ver a energia que ela traz do quintal. Chega a mil pelo Brasil, até o pescoço de convivência, novidade, arte e opinião. É cheia da opinião a moça, bota a mão na cintura como ninguém. Costumo ouvir que os 'alunos do quintal' dão trabalho em outras escolas, deve ser porque questionam, criticam, querem entender as regras e não apenas segui-las. E sim, querem fazer do seu jeito.

Na verdade, antes de aprender a falar, quando acontece algum bafão, eles sentam em círculo para discutir a situação. Cada um levanta a mão e coloca seu ponto de vista. Um ataca, o outro defende, o outro entra na defesa, um ou outra chora. E tudo se resolve ali.

Também acho um barato quando eles entram num teatro ou fazem um passeio na rua. Dá de ver de longe a diferença: tem escola que prima pela aparência, os pequenos tomam distância exata e andam em filas simétricas e 'imexíveis', sem dar um pio fulano, tipo aquele filme do Hitler! Os quintanianos são efervescentes, animados, originais, umas 'pipocas' como diz a Sara, apelidando as amigas.

Durma-se com um barulho desses.


Ai, como cresceram.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Tá na chuva pra se molhar


Daí que eu estava na padaria e um casal com uma bebê decidia se ia atravessar a rua para ir ao mercado. Chovia, nem fino nem grosso, depois de uma semana de um calor acachapante. A chuva era bem vinda, esperada, agraciada, uma benção.

Ele queria atravessar com a bebê, só de molecagem, só pra fazer graça, ver a cara da bichinha sentindo os pingos gelados caindo de onde? Do céu! Sim, cai água do céu, e olha que interessante, é a água que tá aqui embaixo, que com o calor evapora, forma aquelas nuvens enormes e pretas até que um dia voltam pra cá. Um ciclo.

A mãe dizia com tom de proteção 'não, você não vai levar ela'.

E eu, de espectadora, doida pra dizer 'bota a criança na chuva', e pensando com meus botões, quanta coisa que a gente deixa de viver por medos, travas, convenções, traumas... que nem são nossos.

Mas aí vêm os filhos, e vem a chance. Chance pra se rever e perguntar 'por que não'. Chance pra se permitir uma coisa boa e boba como tomar uns pingos na cabeça sem pensar tanto o tempo todo, no julgamento dos outros, e no próprio julgamento. Se permitir conhecer a vida, e renascer a cada dia.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Para refrescar 2




Um domingo de sol (e muito calor) só pode ser perto da água. Davi ADORA água. Do mar, da piscina, do rio, da banheira e até do chuveiro. Nestes dias de calor, já demos até banho no tanque de lavar roupa.

Felicidade é estar na água!Aliás, adora beber água. E nadar. E logo depois dormir aconchegado numa rede. Até no chão é bom dormir. E quem sabe, depois de acordar, voltar para a água. Domingo de sol é bom assim.

Pra refrescar

Vale mar, cachoeira, lagoa, pia, banheira, piscina, mangueira e mangue. Qualquer coisa para tirar as crias da caixa, botar em contato com a natureza e tapear o calor. E não é uma delícia?









Temperatura insana...

Fotos Caroline Cezar, com exceção da primeira, de Guilherme Meneghelli.