terça-feira, 4 de maio de 2010

Mamãe eu quero

Por influência da minha super parceira de profissão, de vida e de crianaestrada Lú Zonta estava furungando no Mamíferas, e li esse artigo aqui (clica!), da convidada Raquel, que fala sobre amamentar crias maiores estando grávida ou com um recém nascido. Gostei do texto, mas tem alguns pontos que queria comentar. Porque acho que até no lado bom a gente tem que cuidar pra não ser radical. A gente sempre tenta impor nossa vontade, nossas convicções, oras, é óbvio, vivemos o que acreditamos. Mas tudo tem os dois lados e é importante estar sempre atento. Nada de delimitar data e hora pra desmamar, mas perceber quando é hora de subir um degrau, ir à frente. E quando é a NOSSA hora de tirar do peito. Por que quer coisa mais gostosa que aquele bichinho grudado em nós, trocando calor? Eu poderia ficar assim foréva, é das sensações mais verdadeiras que já senti. Mas tudo que é bom acaba. Tudo que é ruim, também acaba. Tudo é impermanente, menos a consciência.

O que comentei com a Raquel lá no Mamíferas é que tem um ponto do texto que resume exatamente que eu penso, há um tempo para cada criança e é preciso respeitá-lo. Mas mesmo assim, precisamos estar atentas a outras questões, "cada um ter seu tempo" tem que ser um norteador, mas não em absoluto. Porque cabe a nós também ajudar na construção emocional, de acordo com as etapas que eles vão vencendo. Até hoje não é difícil pra nós tomar algumas decisões? Dar alguns passos? Seguir em frente com coragem? Passar etapas é difícil, mas podemos incentivar, encorajar, isso só vai fortalecer a estima e ajudá-los a se situar no seu tempo. Existem milhares de formas para trocar amor e carinho, que podem ser alternadas, não acho legal uma criança de 5 anos mamando por exemplo. Como fica a sexualidade? E a independência de ambos? Isso fortalece ou desestabiliza? Nem vou entrar na questão nutricional, só na emocional.
A gente tem que olhar pra dentro de nós também e perguntar por que estamos mantendo essa prática tão além (aí entra o NOSSO tempo, será que estamos prontos pra desmamar?). É gostoso demais acolher, mas cabe a nós também empurrar pro vôo, mesmo que doa um pouquinho, mesmo que dê medo, mesmo que aaain, é difícil porra! Mas vai, de pouquinho em pouquinho, sem movimentos bruscos, com muito amor e naturalidade, mas firmeza e decisão. Porque o limite e a percepção também são nossas responsabilidades, tanto quanto viver o amor na plenitude.

Um comentário:

  1. Sim, um tempo para cada um. Para eles, para nós. O tempo certo de tomar as decisões. ;)

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