quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Doce da ilha e de sair da caixa

Nossa idéia inicial pras férias de janeiro (que nunca tiro porque sou jornalista, rs) era a Patagônia Argentina. Com 20 mil milhas pra gastar em passagens achamos que ia ficar viável. Ledo engano, nem pen$ar em fazer uma dessas em 4 sem planejamento prévio. Criança na hora de pagar é adulto! Uma vantagem é que na montanha contaríamos com a ajuda do experiente amigo Rogemiro Soledad, (que tá lá a esse momento) e a idéia era carregar a Sara nas costas e o resto em cavalos. Será ano que vem.

Resolvemos ficar na área e fazer várias curtinhas, todo dia é dia pra estar fora da caixa. E a caixa mais difícil de sair é essa que a gente cria na cabeça, nossa rotina emparedada que nos dá tanta segurança mas faz com que a gente esqueça do presente, de olhar em volta, de exercitar a entrega (valeu por reforçar a dica, gui meneghelli!) Estivemos no sítio da Dayse, nos Macacos em Camboriú; e fizemos algumas divertidas, em casa mesmo, que vou falar numa próxima vez. Não precisa ter sequência lógica aqui né?

Na segunda chegamos da Ilha do Mel, PR, um dos nossos redutos-toda-hora-é-hora. Ficamos 4 longos dias e o bom é que lá estamos em casa, Davi é um quase-nativo, frequenta desde as fraldas; Sara muito à vontade. Temos aquela segurança de quem visita muito o mesmo lugar e pega a manha dos atalhos certos, que rende alguma economia e mais aproveitamento de tempo e espaço.

Estava um pouco cheio, mas não o suficiente para estragar o humor. Só demora mais pra chegar e pega acidentes e engarrafamento no caminho. Voltar no domingo nem pensar. Todas as formas de evitar a irritação infantil que nos deixa malucos ao volante são bem vindas. Não pode faltar comida. Bebida. Música. E paciência para responder umas 15 vezes os "Tamo chegando? Falta muito?"
Parece que foi ontem que eu tava no banco de trás, ansiosa pelo chegar.

Teve mosquito, teve sol, teve chuva, mas a pequena tava mais preocupada em 'escalar'. Ela chama qualquer elevação de terra de montanha e qualquer arbusto de floresta. Creio que a sonoridade dessas palavras exerce um enorme fascínio, talvez influência de pessoas de sua convivência, rs. Davi esteve muito seguro em cima da prancha e só queria saber do surfe. Tá desenvolto. Depois aprendeu com um paulista vegano a introdução de "Smells like teen spirit" no violão, e ficou estupefatamente realizado.

O fato mais heróico foi carregar junto o avô Marzinho, que estava há tempos pra conhecer o lugar. Gosta de pescar, mas o cigarro o torna um quase sedentário. Mas caminhou! E caminhou! À noite, cansado, mas feliz, cantava sambas de 1930 com a marotice de moleque. Porque não tem idade para ser, ou voltar a ser, ou nunca deixar de ser... crianaestrada.




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