domingo, 16 de janeiro de 2011

Lindo e difícil


Educar uma criança é tarefa das mais lindas e mais difíceis desta vida. Nesta exata ordem. Das mais lindas porque é a possibilidade de você reinventar o mundo – o seu, o da criança e o nosso – a partir de um ser que está iniciando a vida com olhos e coração atentos para o que já está solto por aí, de bom e de ruim, de belo e de feio, de maravilhoso e de não tão maravilhoso. É uma possibilidade de melhorar o que já é legal e de arrumar o que não está legal, neste mundo maluco de seres humanos múltiplos e complexos.

É tarefa das mais difíceis se você pensar que na sua bagagem – sim aquela bagagem que você passa para o seu filho de forma singular e silenciosa em  atos, gestos e exemplos diários – existem um milhão e meio de dúvidas sobre o mundo e sobre si mesmo. Qual a melhor fórmula, quais os limites ponderáveis, qual o momento certo de dizer não (ou sim), de falar de liberdade, de respeito, amor, amigos, vida, sexo, drogas, preconceito? É difícil mesmo, muuuuuuuuito difícil. São tantas perguntas, poucas certezas e algumas descobertas.

Aprendi com os meus pais (especialmente depois que cresci de verdade e tive o meu filho) que o exemplo ainda é a melhor forma de educar uma criança. Na grande maioria das vezes, a ação vale mais do que mil palavras. Trabalhar sem preguiça para realizar os sonhos, reconhecer os pequenos-grandes momentos do dia-a-dia, desenvolver a consciência dos presentes que Deus te dá ou mesmo agradecer diariamente pelos pôr-dos-sóis coloridos, pela chuva, pelo vento. Tudo é captado pela cria como um processo tão natural quanto sentir sono, fome ou vontade de fazer xixi.

Educar é das tarefas mais lindas e mais difíceis desta vida. É preciso leveza. É preciso paz. É preciso uma dose de sentir. Simples (e complicado) assim.


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