sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Só carregue o que você pode!


Eu contei da noite do soninho? Não né. Aconteceu há pouco, nos encerramentos da escola lindamente chamada de Quintal Mágico que Sara Lee frequenta. Chegamos em casa do trabalho, arrumamos a mochila em poucos minutos e ainda deu tempo da moça botar uma energia da "lagoa" que inventamos numa caixa d'água abandonada em casa. Chegando lá rimos um pouco, -mas não muito porque abominamos deboche- de papais e mamães com malas gigantes, colchões enormes, travesseirões e todas aquelas coisas que não fariam absolutamente nenhuma falta pros filhotes, que chegaram às oito da noite de um dia, e iam embora às nove da manhã do outro.

Rimos só um pouquinho, porque além de não gostar de deboche, sabemos que isso não é tão engraçado. É condicionamento. É ignorância, no sentido menos ofensivo e mais puro da palavra. É não ter experenciado, é optar pelo caminho difícil sem querer, é não saber ser simples.

É legal ter atenção, porque os filhos são nossa oportunidade de rever tudo isso que tá impregnado em nós. E pensar no que estamos ensinando (ou des ensinando?), no que estamos colocando como "essencial", como "não pode faltar". Criança precisa ser acostumada a se adaptar em qualquer situação, não necessita casa-nas-costas quando põe o pé pra fora. "Ah meu filho só toma isso no café da manhã"; "Ah se faltar a mamadeira vai dar problema", "Ah, mas como ele vai se acomodar sem o colchão da cama dele?" "Tá com fome?"; "Tá com frio?" É muita informação. Não precisa tanto. Vale a pena às vezes ficar quieto e deixar a cria SER, se manifestar, se expor de forma voluntária.

Tem uma dica essencial, nas trips, na vida:

LEVE APENAS O QUE PODE CARREGAR. Esvazie a mochila. SEMPRE.

Sim, a dica também vale para as crianças.

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