Eu contei da noite do soninho? Não né. Aconteceu há pouco, nos encerramentos da escola lindamente chamada de Quintal Mágico que Sara Lee frequenta. Chegamos em casa do trabalho, arrumamos a mochila em poucos minutos e ainda deu tempo da moça botar uma energia da "lagoa" que inventamos numa caixa d'água abandonada em casa. Chegando lá rimos um pouco, -mas não muito porque abominamos deboche- de papais e mamães com malas gigantes, colchões enormes, travesseirões e todas aquelas coisas que não fariam absolutamente nenhuma falta pros filhotes, que chegaram às oito da noite de um dia, e iam embora às nove da manhã do outro.
Rimos só um pouquinho, porque além de não gostar de deboche, sabemos que isso não é tão engraçado. É condicionamento. É ignorância, no sentido menos ofensivo e mais puro da palavra. É não ter experenciado, é optar pelo caminho difícil sem querer, é não saber ser simples.
É legal ter atenção, porque os filhos são nossa oportunidade de rever tudo isso que tá impregnado em nós. E pensar no que estamos ensinando (ou des ensinando?), no que estamos colocando como "essencial", como "não pode faltar". Criança precisa ser acostumada a se adaptar em qualquer situação, não necessita casa-nas-costas quando põe o pé pra fora. "Ah meu filho só toma isso no café da manhã"; "Ah se faltar a mamadeira vai dar problema", "Ah, mas como ele vai se acomodar sem o colchão da cama dele?" "Tá com fome?"; "Tá com frio?" É muita informação. Não precisa tanto. Vale a pena às vezes ficar quieto e deixar a cria SER, se manifestar, se expor de forma voluntária.
Tem uma dica essencial, nas trips, na vida:
LEVE APENAS O QUE PODE CARREGAR. Esvazie a mochila. SEMPRE.
![]() |
Sim, a dica também vale para as crianças. |