terça-feira, 20 de abril de 2010

Sobre medos de voar






Em 10 de setembro de 2007, escrevi o texto "Você tem medo do quê?" no meu blog pessoal. Acho ele sempre atual, atualíssimo, cada vez mais. No domingo de sol lindo, levamos o Davi para ver os parapentes no céu multicolorido do Morro do Careca, na Brava. Lembrei mais uma vez do textinho e decidi republicar.

"VOCÊ TEM MEDO DO QUÊ?"

Domingo, fomos no Morro do Careca ver esta gente bronzeada mostrar seu valor e voar de parapente. Eu já voei com o Xixi, em vôo duplo, há mais de 10 anos. Que sensação livre a de voar, vento batendo no rosto, o mar lá embaixo, o céu azulzinho ao fundo...

Enquanto os corajosos contemplavam a natureza flutuando, os comentários vazavam no topo do morro : "Nossa, eu não vou nisso nem morta", ou então "Eu não deixo o Pedrinho ir nisso nunca". Enquanto isso, duas meninas faziam um vôo triplo com um instrutor de parapente. E se divertiam, dando risadas como esboços claros de felicidade. Eu achei aquilo o máximo. Ou melhor, achei os pais das crianças o máximo. Que coisa linda, permitir que os filhos experimentem sensações diferentes, estimulá-los a vencerem seus medos e instintos ao invés de impor limites na alma.

Vocês já perceberam na quantidade de adultos medrosos que há no mercado? Medo de andar de avião, medo de andar de barco, de perder o emprego, de ficar sozinho, medo do escuro, da noite, do dia, de comer leite com manga... Medo também de mandar para as cucuias o seu bem sucedido emprego no Banco do Brasil para abrir uma lojinha de artesanatos açorianos no Ribeirão da Ilha. E ser feliz! Ser feliz é para hoje, não é para amanhã e nem para quando eu me aposentar.

Quando eu tiver filhos (E AGORA EU OS TENHO), vou tentar fazer com que vençam seus medos das mais variadas formas. Para que sejam seres humanos seguros e plenos, de olhos e peito abertos para a vida. Se quiserem, vão tomar banho de chuva, vão andar descalços, vão fazer trilha no mato, pisar na roseta, chorar de dor, criar anticorpos, saltar de parapente...Vão se permitir! Sempre que puderem e quiserem.

E você, tem medo do quê?

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