terça-feira, 26 de abril de 2011

Valores


Ela chegou na praia, e do auge dos seus cinco anos ficou franzidamente incomodada com o lixo que encontrou ali, bem no seu exato lugar de sentar. Não reclamou da falta de. Educação, lixeiras, bom senso.


Seu incômodo se deu simplesmente porque ela VIU aquilo ali.


Não havia outra coisa a fazer senão juntar, e andar alguns metros até encontrar um destino correto.

domingo, 24 de abril de 2011

Feliz todo-dia2!

Todos os dias morrer. E todos os dias renascer.









Feliz todo-dia!

Um banho de sol
Um dia preguiçoso
Dar-se um presente "inesperado"
Receber (e oferecer) um abraço apertado

Toda hora é hora de reinventar
E re-nascer
Dentro e fora de nós mesmos.

Feliz Páscoa
Diariamente!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Fruta do pé!

"A gente é do tempo que criança se criava na rua e na natureza subindo em árvores, comendo fruta do pé, e é assim que graças ao lugar onde eu tô morando posso educar minha pequena". Dimas Campos




Colaboração do nosso amigo Dimas Campos, especialmente para o crianaestrada!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Lara e o caderninho



* Por Rodrigo Stüpp 

A Lara e o Davi dificilmente vão se conhecer pessoalmente. Porque ela é uns oito anos mais velha do que ele. Porque ela é espanhola e vive na Europa e ele no Brasil. E porque eu,burraldo, não peguei um contato sequer do pai dela, um francês cabeça aberta que deu um presentão de aniversário àquela loirinha sorridente.

Mas eu acho que eles, de algum jeito, estão ligados. A criação da Lu,de quem sou fã, vai fazer deles pessoas com, no mínimo, duas coisas em comum: paixão pelo desconhecido e uma aversão natural à rotina entendiante.

Lara completou oito anos, e eles foram viajar um mês de trem pela Europa. Nos encontramos na cabine que dividiríamos com um chinês e um coreano. Foi em um trem de Munique, no Sul da Alemanha, até Veneza, na Itália, no meu mochilão de abril de 2010.

Naquele aperto de dois triliches todos foram muito simpáticos. A Lara tinha aquele olhar de criança esperta, curiosa. Quando entrei, estatelou e olhou para o pai, que disse em espanhol

- Muy grande, sí!

Lara não se intimidou com meus 1,90m. Eu sorrii para eles, larguei as minhas coisas e disse que a cama do meu lado seria de um amigo meu, que não conseguiu viajar. Ela poderia escolher a que preferisse.

A espanholinha não deu muita bola. Quando sentei, tirou o caderninho, olhou para o pai, como quem pedia aprovação. Ele só acenou que sim com a cabeça.

Sentou do meu lado, e num inglês perfeito, me perguntou se eu poderia, por gentileza, ajudá-la com seu caderninho de línguas.

Funcionava assim: cada vez que encontrava uma pessoa que de um lugar diferente, que ainda não tinha encontrado, pedia para que escrevesse, de zero a dez, os números na minha língua. A pronúncia também era escrita. 

Lara repetiu fácil, e se animou com a semelhança com o espanhol. Abaixo, deixei um recado, em português e inglês. Não me lembro exatamente das palavras, mas era algo com esse espírito de viajar, conhecer, descobrir e se encantar.

Ela ainda me perguntou algumas palavras em português. Ela conhecia, claro, mas não compreendia como alguém de tão longe de Portugal também falava.

Pensei o óbvio: que coisa boa vai ser conviver com essa menina quando ela decidir sozinha o que quer. Experiências de vida, reflexos, visões de mundo.

Se eu tiver grana, e se eu tiver filho, desculpe amigo espanhol, mas vou querer fazer igual!

* O autor é jornalista, mochileiro convicto e amigo do Crianaestrada


domingo, 10 de abril de 2011

Não é surreal???

Aprender a andar de bicicleta, amarrar os cadarços, nadar. Todas essas atividades importantes na infância perderam espaço para a tecnologia, segundo uma pesquisa feita em sete países. O estudo mostra que crianças sabem mais como jogar no computador, usar um smartphone (celular inteligente) ou acessar um navegador de internet do que realizar atividades simples do cotidiano.

O levantamento, feito pela empresa de segurança virtual AVG, indica que 58% das crianças entre dois e cinco anos de idade sabem como se divertir com um jogo básico de computador – em países como Reino Unido e França, esse índice supera os 70%. Em comparação, apenas 43% dos pequenos nessa faixa etária sabem andar de bicicleta.


Gente, eu tô ficando velha ou isso é, de fato, surreal??? Pelamor, vamos andar de bicicleta, levar ao parque, à praia, à montanha. Vamos tomar vento na cara, tomar banho de chuva, de mar, de cachoeira. Vamos ficar corados do sol. Vamos ser felizes também ao ar livre?! CRIANAESTRADA já!

Ao ar livre









sábado, 2 de abril de 2011

argentina feelings

Passamos um mês viajando de mochila pela Argentina. Surpreendentemente ainda não estão aqui as fotos e relatos de viagem. Viagem demora pra assentar em mim. Em nós. E parece que esse tempo quieto é necessário para absorver a tanta informação da forma mais profunda possível. Devagarinho vamos trazendo um pouco da densa experiência que vivemos naqueles 30 dias, nós quatro, em família, tendo a barraca como a casa e a casa nas costas. Estava tudo ali, em duas mochilonas e duas mochilinhas: nossas quatro "camas" e cobertas; nosso teto; nossa cozinha com jogo de panelas e dois "fogões"; nossas roupas, quentes, frias, de banho; nossos livros e equipamentos, nossa pouca expectativa e delineamento da rota. Todo nosso amor estava ali, e por isso foi tão lá longe no peito. Não lembro de outro período em que estivéssemos convivendo de forma tão estreita durante tanto tempo. Aprender a dividir espaço, medos, confiança, humor e comida. Aprender a dividir a vida. Eis a grande tarefa que temos por aqui.

Compartilho a Especial que escrevi para o Página3, jornal de Balneário Camboriú. Clica Aqui!

Davizoca e Sara Lee, Carol e Denis. Epuyén, Argentina. 2011, janeiro.