quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Café com leite pras crias


Achei o máximo que a estréia das meninas na escalada em rocha tenha sido numa via chamada Café com Leite, na Praia Brava, Itajaí. Sara tem 4, Joana 6, e elas têm apelido estiloso de aventureiras, é a Sara Lee (às vezes Sara Lee Johnson), e a Djoeine. Já faz uns meses isso, mas mexendo nas fotos e com barulhinho de chuva me inspirei a postar. Naquele dia começou um chuvisco insistente e as duas rapidamente inventaram um mantra:

"Chuva pára chuva pára pra gente poder escalar".



Amei. Agradecimento especial ao "dindo" Rogemiro Soledade, o Roger, anos e anos de molecagem. E sempre pronto pra brincar.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A tristeza das crianças

Relato de Bernardo Mussi, mergulhador de Salvador, que levou sua filha de dez anos e a amiguinha para passear e -sem querer- constatar uma triste realidade, que, infelizmente, não é exceção daquela praia.


Conhecem aquela história né? Em vez de pensar em deixar um planeta melhor pros filhos (tá difícil viu?), deixar filhos melhores para o planeta. Comece agora. Parabéns Bernardo!








"Depois que escrevi O Fundo da Folia falando sobre a enorme quantidade de latinhas de cerveja e refrigerantes encontradas no fundo do mar após o carnaval, com a repercussão mundial que a matéria teve, pensei que as coisas fossem melhorar este ano. Estava enganado.

Hoje, em plena primavera, fui mergulhar com minha filha de 10 anos e uma coleguinha de escola da mesma idade para mostrar-lhes as belezas do fundo do mar na região da Barra. Não imaginava que presenciaria, ainda nesta época do ano, um festival de latinhas fazendo a prévia do verão e dos eventos que se aproximam.

Fiquei surpreso pelo achado. Sem os eventos, mas com uma população flutuante bastante numerosa na Barra durante os dias de sol, uma multidão de ambulantes se instala por todos os espaços disponíveis na orla do bairro para fomentar um costume que tem se tornado cada vez mais nocivo ao meio ambiente e a nossa cultura, que é o consumo exagerado de bebidas alcoólicas na praia.

Basta olhar o que a maioria dos ambulantes vende como carro chefe, e mais ainda o que encontramos no fundo do mar. É impressionante a quantidade de latas de cerveja que se amontoam em determinados locais. Não há outro material descartado, outro tipo de lixo, que se compare ao volume do que vemos nestas áreas submersas.

Minha filha e sua coleguinha ficaram decepcionadas quando viram a concentração destes resíduos em meio à vida marinha. Aliás, não há quem não consiga esboçar alguma reação ao ver cenas tão marcantes, ao vivo e a cores. Cenas que nos fazem refletir sobre a gravidade da atual situação da educação e saúde da nossa gente, e também da falta de uma ação eficaz dos órgãos públicos.

As crianças ficaram um bom tempo olhando com atenção aquelas latinhas rolando ao sabor das correntes. Depois de um tempo, subiram na prancha de surf que levo como apoio e começaram a me questionar algumas óbvias considerações sobre o assunto.

Perguntaram-me como é que as latinhas conseguem ficar agrupadas daquela maneira. Respondi que na verdade elas acabam encalhando em algumas “valas” submarinas após serem levadas do raso para o fundo com o movimento das marés.

Queriam saber os motivos pelos quais não víamos com freqüência outros tipos de resíduos poluentes além das latinhas de cerveja. Mostrei ainda de dentro d’água a quantidade de ambulantes vendendo a bebida nas areias e calçadas, e a multidão de pessoas consumindo o produto que custa o preço de uma garrafa de água mineral.

Questionaram-me sobre os impactos negativos na vida marinha. Afirmei sem a menor dúvida que aquilo poderia ser uma das razões para que seus filhos ou netos, em futuro próximo, jamais tivessem a oportunidade de contemplar os peixes que estávamos vendo, os corais, aquelas águas cristalinas.

Só não consegui responder a mais óbvia das perguntas: por que ninguém faz nada?

Engoli seco, pensei rápido e a única coisa que passou em minha cabeça foi o próprio sentimento de que todas as ações que havia feito até ali, incluindo O Fundo da Folia no Carnaval deste ano, não surtiram efeito algum. Fiquei de responder depois, e seguimos nosso mergulho.

Mais adiante encontramos novos focos de latinhas e em todos estes momentos as crianças paravam para comparar a quantidade e a marca das embalagens. Achei aquilo de uma importância fenomenal para a formação da consciência daquelas futuras brasileirinhas em favor da educação e saúde da nossa gente.

Depois de quase duas horas mergulhando saímos do mar. Naquele momento, ao chegar à beira da praia e começar a andar pelas areias lotadas de gente se fartando de comidas e bebidas em meio a um turbilhão de ambulantes, percebi que as crianças entenderam a minha falta em relação àquela pergunta que havia ficado sem reposta.

As latas que estavam no fundo do mar estavam bem ali, por toda a areia, espalhadas como reflexo de uma cultura de praia pouco saudável e completamente deseducada. O costume do consumo exagerado de bebidas alcoólicas em Salvador já venceu a força dos órgãos públicos e aos poucos vai vencendo a resistência do meio ambiente.

Mas há esperança enquanto mentes de anjo, como daquelas crianças, puderem ter a oportunidade de vivenciar experiências assim para compartilhar em seus mundos, em suas escolas, em suas vidas.

Só não há razão para continuarmos sem saber os motivos pelos quais ninguém consegue fazer nada que consiga reverter este quadro lamentável na raiz do problema. Não há mais época do ano em que o cenário fique livre de tantas latinhas.

Para a tristeza de nossas crianças…

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Verdade seja dita!

"O homem quando filho, deve lapidar seu próprio destino, iluminando seus caminhos com as verdades que aprendeu no lar, porque querer bem um filho não significa obrigá-lo a viver com nossas verdades. Querer bem um filho significa ajudá-lo a crescer, ajudá-lo a crescer sem nossas mentiras."

Dante Ramon Ledesma
(colaboração de Adão Pinheiro para o crianaestrada)


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Definição da Sara Lee, 4, pro Michael Jackson, quando perguntei se ela sabia que ele morreu. E do que ele morreu.

"Seei sim, claro que sei.
Ele era preto, queria ser branco, tomou muito remédio e morreu".

Veio chipada.

sábado, 6 de novembro de 2010

Yael na estrada!

Colaboração da Gabriela Maraschin*



Quando temos um filho, queremos dar o melhor para ele. 

E o melhor que eu posso dar para a minha filha é o mundo. Por isso, Yael já nasceu com o pé na estrada. Prestes a completar 5 meses, carimbou o passaporte pela primeira vez e encarou um mochilão pela Itália, país de sua família materna. Me surpreendi com a curiosidade e a parceria deste serzinho tão pequeno. É claro que a companhia e o apoio da "nona" foram fundamentais para o sucesso desta primeira aventura, que acabou por aprofundar muito os laços mãe-neta-avó. 

Iniciada na estrada, Yael partiu para sua segunda prova de fogo aos 15 meses de idade: uma viagem da França até o fim da Terra, o Finistério, lá onde a Espanha faz a curva. Foram mais de 3 mil quilômetros vivendo numa van, dormindo na beira da praia, no alto de montanhas e campos. Foi também nossa primeira viagem juntos, eu, Yael e o pai dela. Pegamos muitos dias frios e com chuva. Foi difícil ficar presa dentro do carro com um bebê, achar lugar para tomar banho, fazer comida. Nos estressamos! Mas percebemos que, não demora muito, o sol brilha. E quando ele brilha é hora de aproveitar. Yael viu de pertinho vários animais que só conhecia dos livrinhos, aprendeu algumas palavras em espanhol, tomou banho de mar gelado dando risada, mergulhou, pisou em areias com várias texturas (fofa, de pedrinhas, de conchinhas quebradas), provou comidas diferentes, explorou pracinhas e brinquedos novos, viu cidade grande, vilarejos perdidos, mato, morro, campo e praia. Andou de pé de descalço, se sujou, tomou banho de panela e nas duchas das praias. Comeu doce, peixe fresco e aprendeu a ficar de pé na prancha do pai. Dormiu debaixo do céu mais estrelado que já vi nos meus 30 anos de vida. E como foi bom fazer isso com ela. Nessas três semanas, minha filha ficou solta e cresceu. Fez todas as refeições sem sua cadeirinha de bebê, dormiu longe do seu bercinho, tomou banho fora de sua banheirinha e nada disso fez falta. Ao contrário, vi Yael se encantar, encher seus olhinhos e alimentar seu espírito.

Meu bebê virou uma menininha. E agora, já em casa, entendi que quem aprendeu com esta viagem, não foi ela, mas eu. Yael me ensinou a me abrir sem preconceitos para o mundo. 

*Gabriela Maraschin é brasileira que mora na França, jornalista, mãe de Yael.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Pouco tempo para a natureza

"Apenas um terço das mães passeia com os filhos ao ar livre"

Chama atenção a matéria publicada pela revista Época, que mostra que as crianças querem mais vida ao ar livre, contato com plantas e bichos, mas "a falta de tempo e a insegurança dos adultos a impedem".

Ter filho exige tempo, dedicação, paciência e sobretudo consciência. Não é uma obrigação, embora assim pareça - devido aos padrões sociais de vida e família a que estamos acostumados desde pequenos.Mas existe outro caminho possível! Se não tem tempo NÃO TENHA FILHOS. É crueldade sujeitar seres dependentes da boa vontade dos outros a uma vida dentro de quatro paredes, ou dentro de shoppings, ou dentro de elevadores, ou em frente a caixas animadas. Uma vida longe de SI MESMO. Exige reflexão.

Leia a matéria aqui ó.