sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Processo natural

A Lú Zonta comentou no blog Nave Mãe da Zero Hora sobre a viagem que fez com o Davi ao Uruguai. Tá bem legal o relato, vê aqui. Percebemos que tem várias mamis aflitas perguntando sobre viagens. É legal compartilhar dúvidas, mas perguntar se pode levar o filho pra praia, ou coisa do tipo, desculpa minha intolerância, parece falta de noção. Maternidade é uma coisa NATURAL, sempre que penso se dá ou não dá alguma coisa, imagino as índias acrocadas em beira de lagoa parindo seus curumins.
Eles são uns bichinhos, e super adaptáveis, precisam de muito amor, de muito carinho, e cuidados básicos, estar limpo, bem alimentado (o mais natural possível), e só. Se ele não curtir alguma coisa, vai dar o recado. É como a gente, só que um pouco menor.

Outra coisa que sempre tive claro em minha cabeça: nós já estamos aqui, eles chegam depois. Quem vai se adaptar à rotina da casa e da família é o bebê, e não vice versa. Me cansa esse papo, de 'ah, mas muda tudo'; 'ah, mas isso não dá pra fazer'. Não dá se os pais não estiverem dispostos, mas aí não precisa usar a criança como desculpa pra preguiça. Tem que ter pique, disposição, então se quer mudar alguma coisa, vale aproveitar a chance para rever os próprios hábitos, família saudável é família feliz. No mais, é uma adaptação que acontece sem esforço, e que não é estática, as rotinas vão se adequando, e quando a gente vê, já tá subindo montanha outra vez.
Eles agradecem.






Amados, alimentados e bem protegidos.
Toca pra cima.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Batizado

Tive a honra de batizar Davi Zonta na cachoeira, foi seu primeiro banho de água doce e corrente, seu primeiro piquenique, seu primeiro contato-interdimensional comigo. Total entregue, muito à vontade, em casa, integrado. Aquelas coisas que com o tempo a gente desaprende. Movimento de retorno já!
Salve Davi, obrigada pela confiança.



ps: fez lembrar o primeiro banho da Sarinha, ela tinha uns seis meses, tava um dia nublado, pegamos praia em Laranjeiras, um mar parado. Depois no mesmo dia, seguimos pra cachú, a mesma, e ela foi botando o pézinho, a mãozinha, e daqui a pouco estava inteira na água. Não tava nos meus melhores momentos emocionais, e às vezes me culpo por isso, mas consciente do desequilíbrio buscava muito a natureza pra recompor energias. No final das contas, o saldo foi positivo. (afinal "tá tudo sempre certo")

Agradeço


Minha pequena flor Sara Lee Macaquinha Docinha completou quatro anos (e mais o tempo riquíssimo intra-pança) de intensas aventuras, e fomos aos Macacos fazer piquenique e tomar banho de cachoeira. As crias adquirem um brilho todo especial com a combinação mato-água-sol-fim-de-tarde-molecagem, e é muito feliz participar desses momentos. Agradeço sempre, por estar cercada desses pequenos mestres, e por ter recebido a sorte -e agora me refiro às 'crias' grandes também- de conviver com pessoas tão especiais, porque não acredito em coincidência, e porque eles cruzaram meu caminho não foi à toa não.






Tempo-espaço no meio da semana de trabalho para celebrar a vida.
Gracias.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Brincar lá fora





Pés na água
mãos na terra
subir em árvore.
Coisa a boa esta natureza aberta
vivida, minha, tua, nossa.
Fugir do óbvio
abrir sorriso
sentir frio, calor
ouvir o vento.
Passos firmes
em qualquer lugar.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Criando sonhos



Tava lembrando aqui, semana passada entrevistei a Samirah Bastos, 31, pro Página3, a única catarinense selecionada para a tripulação do veleiro-escola Fraternidade, que partiu pro mundo esses dias e volta só daqui a dois anos. O comandante é o experiente Aleixo Belov, uma honra para qualquer amante da navegação. 'Jovens vamos pro mar... o mar é um universo a ser descoberto'. Tem mais aqui.

Falamos bastante, sobre tudo e sobre como tudo dá certo quando a gente se determina a alcançar um sonho. Samirah é prova disso, quando assumiu o que queria, as coisas vinham a ela como mágica. Dá certo! Foi na Bahia, quando a vida estava à deriva, que um menino-anjo-no-caminho perguntou: 'mas qual é o seu sonho, você deve ter um sonho'.(nuvenzinha: 'qual meu sonho, qual meu sonho, 'qual meu sonho')

- Meu sonho é ter um veleiro, viver do mar, pro mar.

Quinze dias depois ela estava cursando a Marinha, 4 anos depois ela está dando a volta ao mundo com Aleixo Belov. Nesse meio tempo, ensinou crianças a arte da vela e do remo, competiu em regatas (e ganhou muitas), firmou o pé na água.

Daí que perguntei:

- Mas tá Samirah, de onde veio esse sonho? Tu tinha contato com o mar? Já tinha subido num barco? Como se explica essa paixão?
- Olha Carol, vivi perto do mar a vida toda, aqui em Balneário, depois um tempo em Floripa. Sempre gostei. Mas a paixão mesmo foi quando eu tinha uns seis anos. Meu pai teve um veleiro. Nós todos andávamos, mas eu era sempre a mais solta em cima do barco. Ia pra lá e pra cá, muito segura, nunca tive medo. Acredito que foi daí.



A menininha cresceu.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Doce da ilha e de sair da caixa

Nossa idéia inicial pras férias de janeiro (que nunca tiro porque sou jornalista, rs) era a Patagônia Argentina. Com 20 mil milhas pra gastar em passagens achamos que ia ficar viável. Ledo engano, nem pen$ar em fazer uma dessas em 4 sem planejamento prévio. Criança na hora de pagar é adulto! Uma vantagem é que na montanha contaríamos com a ajuda do experiente amigo Rogemiro Soledad, (que tá lá a esse momento) e a idéia era carregar a Sara nas costas e o resto em cavalos. Será ano que vem.

Resolvemos ficar na área e fazer várias curtinhas, todo dia é dia pra estar fora da caixa. E a caixa mais difícil de sair é essa que a gente cria na cabeça, nossa rotina emparedada que nos dá tanta segurança mas faz com que a gente esqueça do presente, de olhar em volta, de exercitar a entrega (valeu por reforçar a dica, gui meneghelli!) Estivemos no sítio da Dayse, nos Macacos em Camboriú; e fizemos algumas divertidas, em casa mesmo, que vou falar numa próxima vez. Não precisa ter sequência lógica aqui né?

Na segunda chegamos da Ilha do Mel, PR, um dos nossos redutos-toda-hora-é-hora. Ficamos 4 longos dias e o bom é que lá estamos em casa, Davi é um quase-nativo, frequenta desde as fraldas; Sara muito à vontade. Temos aquela segurança de quem visita muito o mesmo lugar e pega a manha dos atalhos certos, que rende alguma economia e mais aproveitamento de tempo e espaço.

Estava um pouco cheio, mas não o suficiente para estragar o humor. Só demora mais pra chegar e pega acidentes e engarrafamento no caminho. Voltar no domingo nem pensar. Todas as formas de evitar a irritação infantil que nos deixa malucos ao volante são bem vindas. Não pode faltar comida. Bebida. Música. E paciência para responder umas 15 vezes os "Tamo chegando? Falta muito?"
Parece que foi ontem que eu tava no banco de trás, ansiosa pelo chegar.

Teve mosquito, teve sol, teve chuva, mas a pequena tava mais preocupada em 'escalar'. Ela chama qualquer elevação de terra de montanha e qualquer arbusto de floresta. Creio que a sonoridade dessas palavras exerce um enorme fascínio, talvez influência de pessoas de sua convivência, rs. Davi esteve muito seguro em cima da prancha e só queria saber do surfe. Tá desenvolto. Depois aprendeu com um paulista vegano a introdução de "Smells like teen spirit" no violão, e ficou estupefatamente realizado.

O fato mais heróico foi carregar junto o avô Marzinho, que estava há tempos pra conhecer o lugar. Gosta de pescar, mas o cigarro o torna um quase sedentário. Mas caminhou! E caminhou! À noite, cansado, mas feliz, cantava sambas de 1930 com a marotice de moleque. Porque não tem idade para ser, ou voltar a ser, ou nunca deixar de ser... crianaestrada.




Tem coisa!



Uma breve introdução antes do post em si: a Lú me convidou pra partilhar o blog com ela numa época atribuladíssima, mas como amo crianaestrada topei. Tem quinhentas e cinco mil postagens que podiam ser feitas antes do dia 8 de janeiro, data de partida desse espaço. Afinal meu Davi tem 9 anos, o dela 8 meses. E a Sara, trilheira como só, quase 4 (nessa vida). Mas como acredito que está tudo bem e na hora certa, vamos lá. Uma hora dessas, quando conseguir finalmente organizar minhas gavetas digitais, faço um remember de melhores momentos com imagens. Tem coisa!

Imagens para guardar no coração








Entre as mais de 1 mil imagens que fizemos na viagem ao Uruguai e Argentina com os pequenos, elegi algumas para guardar no coração e mostrar no blog. Elas representam um pouco da aventura e da doçura do que foi viajar com esta turminha para lá de especial. Delicia de se ver e de viver!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Os cinco sentidos atentos





Crianças costumam ter os cinco sentidos bem atentos. Falam, ouvem e observam muito, o tempo todo. Quando viajam, a função se potencializa. Perguntam mais, olham mais, querem tocar em tudo, ouvem muito, o tempo todo. Bernardo, 4 anos, ficou absolutamente hipnotizado pelo show de tango a beira de nossa mesa no coração do Caminito, região colorida de Buenos Aires. Sequer almoçou direito. Não quis saber de mais nada. Os olhos vidrados nos dançarinos. Até que a simpática dançarina da dupla convidou o falante Bernardo para tentar uns passos. Pensou um pouco, resistiu, mas logo foi convencido pelo pai a aceitar o convite. No palco, colocou o chapéu, fez pose e cara de concentrado. Incorporou o personagem.

Na capital argentina, Davi, Gabriel e Bernardo aprenderam muito. Andaram de metrô, viram a chegada do Rally Paris-Dakar (que agora é entre o Chile e a Argentina), caminharam muuuuuuito. A travessia do Rio da Prata de Buquebus, com direito a um belíssimo nascer do sol iluminando a hidrovia, também animou os pequenos. Davi, que só acordou ao final da viagem de barco, quando nos aproximávamos de Buenos Aires, ficou curioso, muuuito curioso, com aquela imensidão de água para todos os lados. Na janela do barco, batia palminhas, parecia que queria voar sobre o tapete azul.

Coisas para contar na volta para a casa. Quem ficou em casa, senta e tenha paciência. As histórias durarão dias, meses, quem sabe a vida inteira eles ainda tenham histórias para contar do Rio da Prata.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Três crias pelo Uruguai






Davi, de 10 meses, tomou o primeiro banho de mar de sua vida. No encontro gelado do Oceano Atlântico com o Rio da Prata, em Punta del Este, no Uruguai. Bernardo, 4 anos, que tem aula de capoeira na escola, não pode ver um tambor que quer tocar. E cantar paranauê. E falar sobre. Foi assim na casa do Carlos Paez Valdiró, um Punta, e numa loja de instrumentos antigos em plena Cidad Vieja de Montevideo. Gabriel, 8 anos, que ama carros de todos os anos e estilos, não pode ver um exemplar antigo na rua (carros antigos são quase um cartão postal, uma marca registrada do Uruguai) que já quer bater foto.

Viajar com as crias é surpreendente. Em nossa passagem pelo Uruguai (Punta del Este, Montevideo e Colonia), Davi, Benardo e Gabriel descobriram mundos diferentes. Um outra idioma, novos temperos, uma forma diferente de dizer as coisas.
Gabriel é um observador nato. Não apenas observa, como também interpreta. Lindo de se ver! Gosto de ouvir e responder às suas perguntas inteligentes sobre o cotidiano, o jeito das pessoas, da cidade, da vida, do câmbio das diferentes moedas cada vez que trocamos de país. Já Bernardo é doce, mas também vibrante, questionador. Não apenas viaja, quer saber por que viaja e o significado de tudo o que vê pela frente.

Davizito, por sua vez, no auge de seus 10 meses de vida, me surpreende com sua paciência e uma INCRÍVEL capacidade de adaptação. Em cinco dias, já passamos/dormimos por quatro cidades/hotéis diferentes, três países, dois fusos horários e muuuuuuitos quilômetros percorridos. E lá está o meu pequeno Davi – que em casa costuma ter uma rotina tão regrada – firme e forte, acompanhando TODOS os programas e todos os horários malucos que inventamos, como pegar o Buquebus às cinco e meia da manhã entre Colônia e Buenos Aires.

Sinceramente? São viagens e experiências como estas que formam um ser humano. Sem frescuras, sem pieguices, sem mais, nem menos. São as estradas (e suas curvas, retas e buracos) que nos fazem mais ou menos adaptáveis, fortes ou fracos, persistentes e guerreiros... Davi, Bernardo e Gabriel terão cruzado um “oceano” de 3,5 mil quilômetros com algumas histórias para contar. E é isto (e só isto) que levamos desta vida. Mais nada. Agora e sempre.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Paz na Brava

Dias muito quentes de verão aqui no litoral catarina, a malemolência toma conta e a falta de ativas grita, o corpo grita, o humor grita. Não dá pra relaxar se não gastar a energia, mas pra gastar energia debaixo desse sol tá difícil.

Mas choveu, e de um lado pro outro dentro de casa, soltei pro parceiro:
- Tô precisando fazer uma ativa, vontade de sair correndo.
- Vai oras.
- Queria uma parceria.

Olhei pros moleques*, que deram uma trégua da guitarra do vídeo-game e eles sinalizaram positivo.

Graças a Deus.
A visão mais linda da temporada: praia vazia, neblinada, só meia dúzia de vira-latas, o mar manso e acolhedor como um útero de mãe, uns tocos de árvore cravados na areia como se um decorador tivesse passado por ali. A Brava do meu coração, a minha casa, onde eu gosto de ser. E quase que não fui vê-la, ia continuar meio mal humorada em casa.

Caio e Davi correram comigo e rolaram na correnteza da lagoa pro mar. Voltamos em casa para pegar as pranchas e Sara Lee, que não queria de jeito maneira -estava pelada e com frio- assim foi, na marra, pro deleite.

Naqueles momentos únicos de conquista e entrega que só eu sei como dóem (medo, medo!) a Sarinha, que canta muito, lembrou da música da paz, que começa no meu coração, no seu coração...a paaaaz. Cantou uma, duas, três vezes e:

(silêncio)

- A paz é a natureza né mamãe? É as ondas, é os bichos...
- É, tudo isso, tudo isso...
(mais silêncio)

- Nós também somos bichos né?
- Si!
- E bicho morre né? Tudo morre, tudo passa né, até a natureza.
- Isso mesmo Sara (abusada!).

E voltou a jogar os cabelos na água, se misturando na enorme massa oceânica.


* os moleques serão muitos, a casa está sempre cheia deles, e aos poucos vamos apresentando os personagens. Davi, o meu, tem 9. Caio, primo, fez 12 semana passada.

domingo, 10 de janeiro de 2010

3,5 mil quilômetros com 3 crianças!





O blog estreia durante uma viagem de carro: 3,5 quilômetros entre Santa Catarina e a Argentina, passando pelo interior do Uruguai, com uma criança de dez meses em um carro, e outras duas, de oito e quatro anos, em outro carro. A experiência contada do que muita gente chamaria de maluquice. No entanto, queremos mostrar que, com uma boa dose de planejamento e muito jogo de cintura, é possível ir a qualquer lugar com nossos filhos. Viajar é antes de mais nada mostrar o mundo!

Seiscentos quilômetros nos separavam de Piratini (no sul do Rio Grande do Sul), de Punta del Este, no Uruguai neste domingo, dia 10 de janeiro. Duas caixas térmicas com mantimentos, alguns brinquedos, CDs e DVDs nos asseguravam que as três crianças estariam devidamente entretidas e alimentadas por toda a viagem. É incrível como os pequenos aguçam nossa criatividade e melhoram nosso repertório musical. Para distrair o Davi, que depois de 200 quilômetros de chão já chutava os conhecidos brinquedos para o alto, cantamos desde o hino do Rio Grande do Sul até os mais recentes sucessos de Soledad Pasttoruchi. Tudo valia. No outro carro, Bernardo de 4 anos, e Gabriel, de 8, viam DVD, conversavam, ouviam música, e aguçavam igualmente a criatividade de seus pais.

Crianças aumentam consideravelmente o tempo de viagem. Se antes fazíamos 200 quilömetros em duas horas, agora fazemos o mesmo trajero em três. Pára para trocar fralda, para dar mamadeira, “pai, quero fazer xixi” ou então, “PÁRA ESTE CARRO AGORA PORQUE O DAVI ME LAVOU DE VÔMITO”. Com direito a todos os pedacinhos de cenouras, batatas e bananas amassadas ingeridas desde o café da manhã até o lanche da tarde. Nunca tinha ficado de calcinha e sutiã em plena rodovia para trocar roupa vomitada, mas hoje estreei na carreira.

Depois de 11 horas de viagem, salvaram-se todos. Uma coisa curiosa de viajar com as crias é que parece que alguém liga os pequenos no 220 voltz. Os três estão suuuuuper agitados, falantes, elétricos. Só pode ser felicidade de crianaestrada.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

De um tudo!

Cria na estrada. Criança na estrada. Criar na estrada. E as estradas são tantas coisas. Acreditamos na força delas para apresentar a vida aos pequenos. Viajar para longe, para perto, tomar banho de chuva, fazer trilha no mato, levar para a cidade grande, para o interior, caminhar na praia, ensinar um novo idioma. Sair da caixa.

Gostamos de crianaestrada. Enxergar o mundo, enxergar o outro e a si próprio.

Educação de qualidade não é enfiar crianças numa escola cara, com agenda cheia de compromissos e muita disciplina. Não é determinar um tanto de certos e errados, um tanto de boas maneiras, mais um tanto de "tem que ser assim". Não se compra, não se delega, se pratica.

Educar é sentar no chão para brincar, é olho no olho, é rodar até ficar tonto, ensinar a cantar, convidar a ouvir. É delegar tarefas. É mostrar que o mundo não se reduz a um umbigo, -nem a dois-, que o diferente está em todos os lados, que respeito e humildade são passaportes em qualquer cultura. É praticar a observação, andar no sapatinho e exercitar sorrisos diários. É expor as crias ao mundo, quantos mais melhor, para que elas tenham bagagem para tirar suas conclusões sobre ele.

Para viajar não precisa de avião, não precisa partir para bem longe, não precisa um mês de férias. Pode ser no quintal de casa, tomar banho de piscina e contar estrelas numa noite clara. Pode ser aprender a ficar sozinho e aprender a dividir o espaço. Viajar é ter pernas firmes para carregar sua própria mochilinha, e que seja cada mais leve. É se reinventar e estar aberto. É morrer e nascer, todos os dias, com olhos e coração de crianças. É ser simples.

Lu Zonta e Carol Cézar